domingo, 9 de novembro de 2014

Pedaço de continente submerso no meio do Atlântico

Pedaço de continente submerso no meio do Atlântico: Informações da Agência Fapesp - 29/10/2014

Pedaço de continente submerso no meio do Atlântico

Elevação do Rio Grande, localizada a cerca de 1.500 km do Rio de Janeiro. [Imagem: CPRM]
Oceano submerso
Há mesmo uma grande porção continental submersa no fundo do Oceano Atlântico, o que muda as teorias aceitas até agora sobre como se deu a separação entre América do Sul e África.
Em 2011, geólogos colheram amostras de granito, um tipo de rocha continental, da Elevação do Rio Grande, uma cadeia de montanhas submersas a cerca de 1.300 quilômetros (km) do litoral do Rio Grande do Sul.
Até então, eles acreditavam que essas montanhas seriam resultado da formação do assoalho oceânico e de erupções vulcânicas, portanto formadas por outro tipo de rocha.
Dois anos depois, por meio de um submarino, foram recolhidas outras amostras de rochas típicas de formações continentais, cuja análise reforçou a hipótese de que essa região do Atlântico Sul poderia de fato ser um pedaço de continente que teria submergido durante a separação da América do Sul e da África, iniciada há 120 milhões de anos.

Mineração submarina
A conclusão deu valor econômico à Elevação do Rio Grande. Em julho passado, o governo federal recebeu a autorização para levar adiante o plano de exploração de jazidas de cobalto dessa região, situada em águas internacionais, e a possibilidade de ali haver reservas de outros minerais, como níquel, manganês e terras-raras tornou-se mais concreta.

Cresceu também seu valor científico, por servir de argumento adicional para a hipótese de que a separação da América do Sul da África foi mais complicada e fascinante do que se pensava.
Agora já parece haver um consenso entre os geólogos de várias partes do mundo de que os grandes blocos de rochas - ou microplacas, uma referência às placas tectônicas continentais - que formam os dois continentes e o assoalho oceânico não se afastaram como duas partes de uma folha rasgada, mas se esticaram, quebraram-se e se posicionaram caoticamente. Algumas partes podem ter ficado no meio do caminho e afundado, enquanto outras se afastavam e se misturavam, formando um imenso mosaico que agora se torna um pouco mais claro.
As rochas coletadas da Elevação do Rio Grande - granitos, granulitos, gnaises e pegmatitos - devem ter de 500 milhões a 2,2 bilhões de anos, de acordo com as análises de equipes da Universidade de Brasília e e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
"As idades não estão fora do que encontramos na América do Sul e na África," diz Roberto Ventura Santos, da CPRM. Segundo ele, os levantamentos sísmicos indicaram que a espessura da crosta é de cerca de 30 km na região da Elevação Rio Grande, "típica de crosta continental e não oceânica", reiterando a conclusão de que se trata de um resquício de continente.
Pedaço de continente submerso no meio do AtlânticoA prova definitiva do "continente perdido" no Atlântico Sul foi coletada por um robô submarino durante uma expedição nipo-brasileira. [Imagem: Davi Fernandes/MCTI]

Quebra-cabeças continental
Essa descoberta, uma das mais espetaculares da geologia brasileira dos últimos tempos, trouxe algumas dúvidas. Pensava-se que as duas cadeias montanhosas do Atlântico Sul, a Rio Grande e a Dorsal Atlântica, tivessem se formado na mesma época, mas agora se cogita que pode não ter sido assim.
E quais são os efeitos da Elevação do Rio Grande? Uma cadeia com montanhas de 3.200 metros de altura no fundo do Atlântico Sul, cujo topo está a apenas 800 metros de profundidade, deve formar barreiras para a circulação oceânica, mas ainda não se sabe ao certo como.
Ventura acredita que algumas respostas podem vir à tona com a análise de uma coluna com 70 metros de sedimentos do fundo do mar, que, espera-se, permitirá a reconstituição de fenômenos climáticos e geológicos dos últimos 7 milhões de anos.
"A identificação de rochas continentais na Elevação do Rio Grande muda o quadro da evolução do Atlântico Sul, que se formou com a separação dos dois continentes", comenta o geólogo Peter Christian Hackspacher, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro.
Há quase 20 anos, por meio de pesquisas de campo no Sudeste e Sul do Brasil, na Namíbia e em Angola, ele examina os sinais das possíveis forças que levaram à separação da América do Sul e da África.

Suas conclusões reforçam a contestação do modelo tradicional, segundo o qual as linhas de costa dos dois continentes, representando os blocos de rochas que os formaram, poderiam se encaixar. Há um encaixe na costa do Nordeste com o Oeste da África, mas em outras regiões, como o litoral do Rio de Janeiro, parecem faltar partes do quebra-cabeça de rochas.

Artigo retirado integralmente do site Inovação Tecnológica. 
Pedaço de continente submerso no meio do Atlântico. 29/10/2014. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=pedaco-continente-submerso-meio-atlantico. Capturado em 09/11/2014

domingo, 26 de outubro de 2014

Disco de Eüler

Disco de Eüler

Inventado por Joseph Bendikum graduado da Universidade da Califórnia em Berkeley, o disco de Euler tem esse nome em homenagem à Leonhard Eüler (1707-1783), já que o movimento deste disco (que simula a rotação de uma moeda) baseia-se nas equações de Euler.
Neste protótipo, o pesodiâmetro e geometria da borda do disco aumentaram significativamente a duração de sua rotação (cerca de 3 minutos com este modelo) além de aumentar a velocidade e a frequência da vibração no final do movimento.

Buracos negros são matematicamente impossíveis

Buracos negros são matematicamente impossíveis, garante física

Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/10/2014
Buracos negros são matematicamente impossíveis, garante física

Física demonstrou matematicamente que os efeitos quânticos são fortes o suficiente para impedir a formação dos buracos negros, o que coloca em dúvida a própria teoria do Big Bang. [Imagem: UNC]

Impossibilidade matemática
Buracos negros são corpos celestes hipotéticos que atraem muito a atenção do público, mas dividem os cientistas - há aqueles que juram que eles existem, e há aqueles que defendem que é melhor pensar em outras coisas.
Agora, uma física garante ter provado matematicamente que buracos negros não existem - e mais, se eles não existem, não há como ter havido Big Bang.
O trabalho de Laura Mersini-Houghton, da Universidade da Califórnia em Chapel Hill, nos Estados Unidos, ainda não foi publicado em uma revista revisada por outros cientistas, mas já está causando furor na área.
"Eu ainda não saí do choque. Nós temos estudado este problema por mais de 50 anos, e esta solução nos dá um bocado para pensar," disse ela.

Estrelas não viram buracos negros
Primeiro o trivial: a Teoria da Relatividade de Einstein prevê a formação dos buracos negros, embora todo o restante da física clássica colapse no interior dessa assim chamada "singularidade". Já a teoria quântica afirma que nenhuma informação do Universo pode desaparecer, colocando os buracos negros em xeque. Tentativas de combinar as duas teorias chegaram a encruzilhadas matemáticas conhecidas como "paradoxo da perda de informação" - no início deste ano, Stephen Hawking apresentou uma sugestão que elimina uma das características básicas dos buracos negros, seu horizonte de eventos, permitindo que a informação escape.

Agora, Mersini-Houghton descreve um cenário completamente diferente.
A teoria mais aceita estabelece que, quando uma estrela colapsa sobre sua própria gravidade, nasce um buraco negro, que emite a chamada radiação de Hawking - indícios observacionais compatíveis com essa radiação são o principal elemento usado pelos astrofísicos para dizer que existe um buraco negro em tal ou qual lugar.
Mas a matemática de Mersini-Houghton demonstra que, quando a estrela que colapsa emite radiação, ela também emite massa para o espaço em uma tal magnitude que ela não tem mais a densidade necessária para virar um buraco negro.
A singularidade nunca se forma, menos ainda um horizonte de eventos "do qual nada escapa". A mensagem é clara: "Não existe tal coisa como um buraco negro," diz a pesquisadora.

Big Bang não existiu?
A boa notícia é que desaparece uma das principais incompatibilidades entre a relatividade e a mecânica quântica, com os efeitos quânticos sendo fortes o suficiente para vencer a gravidade e impedir a formação do buraco negro.
"Os físicos vêm tentando mesclar estas duas teorias - a teoria da gravidade de Einstein e a mecânica quântica - por décadas, mas este cenário coloca estas duas teorias juntas, em harmonia. E isso é um grande negócio," disse Mersini-Houghton.
Mas também surgem problemas do tamanho da criação do Universo.
Os físicos e astrônomos acreditam que nosso Universo originou-se da explosão de uma singularidade. Ora, se singularidades não existem, então todos terão que se sentar e repensar tudo, a começar por decidir se o Big Bang aconteceu ou não.
Mais no varejo, haverá que se repensar a morte das estrelas: será que as estrelas realmente morrem? Estrelas frias, que questionam a fronteira entre estrelas e planetas, têm sido encontradas aos montes.
Por outro lado, a natureza pode ter muitas formas de criar as coisas. O que Mersini-Houghton demonstrou matematicamente é que estrelas não colapsam para formar buracos negros.
Mas talvez haja outras formas de criar essas monstruosidades sugadoras de tudo - ou de quase tudo.
Mersini-Houghton dá seu veredito: "Evidências experimentais poderão um dia fornecer provas físicas se buracos negros existem ou não no Universo. Mas, por agora, a matemática é conclusiva."

Esta não é a primeira vez que a existência ou a natureza dos buracos negros é discutida - há propostas dizendo que buracos negros não são buracos, mas bolhas, que eles não são realmente negros e que podem nem mesmo ser buracos, que podem ser portais para outros universos e até mesmo que buracos negros mudam de marcha.

Bibliografia:

Backreaction of Hawking Radiation on a Gravitationally Collapsing Star I: Black Holes?
Laura Mersini-Houghton
Physics Letters B
http://arxiv.org/abs/arXiv:1406.1525

Back-reaction of the Hawking radiation flux on a gravitationally collapsing star II: Fireworks instead of firewalls
Laura Mersini-Houghton, Harald P. Pfeiffer
Physics Letters B
http://arxiv.org/abs/arXiv:1409.1837

Integralmente retirado do SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=buracos-negros-matematicamente-impossiveis. 

Tecido espacial vira roupa íntima resistente ao calor

Tecido espacial vira roupa íntima resistente ao calor

Com informações da ESA - 22/10/2014
Roupas íntimas de segurança resistentes ao calor
O tecido usado nas roupas dos astronautas foi adaptado para criar versões de roupas íntimas para metalúrgicos. [Imagem: Umbilical Design]

Roupas íntimas de segurança
Graças à Agência Espacial Europeia (ESA) e a um tecido de alta tecnologia usado em roupas espaciais, os operários metalúrgicos da Suécia estão começando a vestir roupa íntimas mais frescas e mais seguras.
Uma das estreantes da nova moda é Cathrin Persson, uma soldadora que trabalha na indústria do aço desde 1998.
Todos os dias, quando se veste para o trabalho, a metalúrgica tem um problema: há poucas opções de roupas íntimas no mercado resistentes ao calor e ao fogo - e nenhuma é para mulheres.
Assim, como a maioria dos operários das indústrias metalúrgicas, Cathrin usa roupas íntimas normais, o que está longe de ser o ideal porque o algodão queima com facilidade e retém o calor. E para as mulheres, a roupa íntima comum não cobre adequadamente a zona do peito.
"Quando se está soldando, voam faíscas. As faíscas caem em cima de nós como se fosse chuva. Fazem buracos nas nossas roupas e, quando as faíscas passam pela roupa, só param quando são travadas por alguma coisa. No caso das mulheres, esse travão é geralmente o sutiã," explica Cathrin.

Não queima e não esquenta
Entra então na passarela o Nomex, um tecido usado nas roupas dos astronautas, que foi adaptado pela empresa sueca Björn Borg para criar versões de roupas íntimas desenhadas especificamente para as condições extremas do chão de fábrica.
Batizada de Thunderwear (algo como vestuário trovão), a nova linha de roupa impressionou a soldadora Cathrin: "[A roupa] foi submetida a chamas diretas e não ficou com marcas."
Ainda mais importante para quem trabalha com aço "cozinhado" a temperaturas superiores a 1.050º C, o tecido de alta tecnologia não retém o calor: "Toquei no tecido logo a seguir e estava morno," disse ela.

As roupas íntimas de segurança foram apresentadas recentemente em um desfile em Estocolmo, e logo estarão no mercado.

Artigo retirado na íntegra de:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=roupas-intimas-seguranca-resistentes-calor&id=010160141022&ebol=sim#.VEztvBafY9Y